Os cinco homens detidos por furtos em residências em Faro e no distrito de Setúbal ficaram todos em prisão preventiva, depois de terem sido ouvidos esta quinta-feira em primeiro interrogatório judicial.
Segundo a agência Lusa, o grupo é alegadamente responsável por furtos na ordem dos 100 mil euros em residências na zona de Faro e esteve a ser ouvido durante a tarde e noite desta quinta-feira no tribunal da capital algarvia, depois de a sua detenção ter sido anunciada na quarta-feira pela GNR.
“Ficámos com a percepção de que são apenas alguns elementos de uma rede grande. Não conseguimos relacionar com outros elementos para já, uma vez que vão agora decorrer investigações”, explicou na ocasião à Lusa o comandante do destacamento da GNR de Loulé, Paulo Santos.
As autoridades informaram que as detenções resultam de uma investigação encetada por militares da GNR após um furto de vários objectos e de uma viatura numa vivenda localizada na zona do Patacão, no concelho de Faro.
A GNR conseguiu localizar a viatura em Almancil com três homens no seu interior, que foram detidos em flagrante.
Durante uma busca domiciliária à residência dos detidos, na zona do Esteval, freguesia de Almancil, as autoridades fizeram mais duas detenções e conseguiram recuperar vários objectos furtados e ainda um segundo veículo que havia sido furtado durante um assalto numa casa da zona de Almada, na Margem Sul.
Além das duas viaturas Mercedes furtadas, as autoridades apreenderam uma outra alugada em meados de Dezembro, 70 peças de joalharia, 45 relógios, duas pistolas 6,35 milímetros, cinco telemóveis, uma máquina fotográfica, vários aparelhos informáticos, dezenas de óculos, mochilas e malas de viagem e cerca de 2.500 euros em numerário.
O comandante do Destacamento da GNR de Loulé explicou que o grupo, de nacionalidade estrangeira, procurava residências onde pudesse obter “proveitos avultados”, tendo como principal foco objectos de ourivesaria e viaturas de gama alta que pudessem ser utilizadas nos próximos furtos e passassem despercebidas nas áreas habitacionais onde operavam.
As autoridades revelaram ainda que os objectos eram escolhidos com vista à fácil conversão em dinheiro e que alguns eram enviados por encomenda para o país de origem dos envolvidos ou para países onde têm familiares.
De acordo com a Lusa, os detidos têm idades compreendidas entre os 23 e 40 anos, e terão dado entrada no espaço europeu como turistas a partir de aeroportos espanhóis e franceses.
“Têm uma mobilidade muito grande, quer ao nível do país, quer ao nível europeu”, referiu Paulo Santos, acrescentando que o grupo utiliza a mobilidade para passar despercebido e ludibriar as autoridades.
A reclamação dos objectos furtados pelos seus proprietários é um ponto importante na investigação que se segue, para que as autoridades possam fazer a ligação a outros furtos que possam ter ocorrido em outros locais do país.
“A identificação da proveniência dos objectos consegue fazer prova de mais ilícitos criminais que podem levar à aplicação da justiça”, disse Paulo Santos.