O novo regulamento interno do Centro Hospitalar do Algarve (CHAlgarve) já prevê a separação das unidades hospitalares de Faro e Portimão, estabelecendo a criação de dois sub-directores clínicos.
O documento, homologado a 7 de Fevereiro e ao qual a agência Lusa teve acesso, estabelece a criação de dois sub-directores clínicos, designando separadamente os serviços de Faro e de Portimão, decisão que já tinha sido anunciada em Dezembro, pelo presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.
Segundo disse à agência Lusa o ainda presidente daquele organismo, João Moura Reis, as directrizes contidas no novo regulamento constituem já “os primeiros passos” para a desagregação do CHAlgarve, embora a concretização da medida ainda vá “levar algum tempo”, estimou.
“Vai ser uma autonomização gradual de forma a que não se cometam os mesmos erros que foram cometidos anteriormente com a junção dos hospitais”, referiu aquele responsável, sublinhando que é preciso primeiro criar “uma cultura organizacional que seja consentânea com a separação”.
De acordo com João Moura Reis, o objectivo é que os serviços centrais permaneçam na unidade de Faro, que se tornará um “hospital polivalente”, concentrando “algumas especialidades diferenciadoras” e que a unidade de Portimão passe a estar mais focada nos serviços médico-cirúrgicos.
Entretanto, na passada semana, foi formalizada a demissão da adjunta do director clínico e de três directores de departamento do CHAlgarve, que deixaram de assumir responsabilidades na direcção no dia 13 de Fevereiro.
A Lusa questionou a administração do CHAlgarve acerca da substituição destes responsáveis, que esclareceu estar em curso uma “reorganização da estrutura interna” do centro hospitalar.
Segundo o presidente do conselho de administração do CHAlgarve, Joaquim Ramalho, a reconstituição da equipa de dirigentes intermédios, designadamente, a substituição dos dirigentes que se demitiram, será efectuada ao abrigo do novo regulamento interno.
A separação do CHAlgarve começou a ser discutida em Dezembro passado, altura em que a ARS Algarve iniciou um estudo que apontou no sentido da continuidade do modelo conjunto dos hospitais de Lagos e de Portimão e a cisão entre estes e o Hospital de Faro.
O CHAlgarve entrou formalmente em funcionamento a 1 de Julho de 2013, ficando com a competência de gestão dos hospitais públicos do Algarve, na sequência da extinção do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio e do Hospital de Faro, conclui a Lusa.