A cidade de Faro tem desde esta segunda-feira, 11 de Fevereiro, uma rede partilhada de trotinetes eléctricas, operação que integra uma estratégia de mobilidade que prevê, até ao final do ano, o lançamento de um serviço de bicicletas públicas.
Numa fase inicial estarão disponíveis 75 trotinetes, distribuídas por dez locais da cidade, mas a previsão é que, nas próximas semanas, o serviço seja alargado a mais zonas e a mais operadores, disse a vereadora da Câmara de Faro com os pelouros do Urbanismo e Transportes, Sophie Matias.
Relativamente a infra-estruturas, a autarquia prevê construir seis quilómetros de novas faixas cicláveis e remodelar ciclovias e faixas já existentes, algumas de uso partilhado com carros, acrescentou à Lusa Sophie Matias, durante a sessão de lançamento de projectos de mobilidade em Faro.
Posteriormente, a rede de infra-estruturas cicláveis deverá ser alargada a outras áreas do território, ligando a cidade de Faro a Gambelas, a cerca de oito quilómetros, onde se situa o maior dos dois “campi” da Universidade do Algarve (UAlg).
Durante a apresentação do projecto, o presidente da Câmara, Rogério Bacalhau, afirmou que querer lançar, ainda este ano, o concurso para um sistema de bicicletas partilhadas, uma operação que comporta um investimento maior e que está ainda em estudo.
Por se tratar de uma operação “com maior risco”, a Câmara de Faro “vai colocar em orçamento” uma verba para assegurar o investimento no sistema, cujos moldes estão ainda a ser pensados, em termos de equipamentos, modelo de negócio e estrutura tarifária.
Munícipe defende que o acesso deveria ser através de um cartão
No que respeita às trotinetes eléctricas, estas apenas poderão ser usadas através da aplicação para dispositivos móveis do operador VOI, com um custo de desbloqueio de um euro e um valor por minuto fixado em 15 cêntimos.
O facto de o sistema ser usado exclusivamente através de uma aplicação levou a que uma munícipe, que interveio no final da sessão, considerasse tratar-se de um modelo “que não é inclusivo”, defendendo que o acesso deveria ser através de um cartão.
Apesar de concordar com o projeto, Joana Martins questionou ainda a segurança de quem usa o sistema de trotinetes, uma vez que “as vias não estão adequadas ao uso deste tipo de equipamentos”, devido à irregularidade e mau estado do asfalto.
Após a intervenção da munícipe, Rogério Bacalhau admitiu que nunca estarão reunidas as condições ideais e que estas soluções levantam problemas que “antes não existiam” e que vão ser analisados.
Por outro lado, referiu, a Câmara de Faro vai promover sessões de sensibilização para os cuidados a ter na utilização destes veículos de duas rodas.