Duas auxiliares da creche “O Despertar”, uma valência em Faro da Cáritas Diocesana do Algarve, foram condenadas por maus-tratos a bebés.
Na passada terça-feira, da acusação de oito crimes de maus tratos a bebés, as duas auxiliares foram apenas condenadas a penas suspensas de prisão pela prática de um crime cada. Só foram considerados provados os factos em que haviam testemunhas oculares: uma das auxiliares encostou o vómito na cara do bebé (condenação de 1 ano e 6 meses, com indemnização de 350€) e a outra deu várias estaladas na bebé por ela retirar os sapatos repetidas vezes (condenação de 1 ano e 10 meses, com indemnização de 500€). Quanto às marcas que apareciam inexplicavelmente nos bebés, não ficaram provadas e o pedido do Ministério Público para elas não trabalharem mais com crianças foi recusado.
Os maus tratos ocorreram entre 2016 e 2017. Na altura, as crianças, com cerca de um ano, chegavam a casa com marcas no corpo. A TVI entrevistou algumas mães que afirmaram que as suas crianças apareciam com marcas na cara e no pescoço. Uma delas chegou mesmo a presenciar “uma situação de agressão violenta contra uma bebé”.
Após as denúncias de algumas mães, a Diocese do Algarve instaurou um processo disciplinar e suspendeu de imediato as duas auxiliares, em julho de 2017. Dois meses depois, foram despedidas com justa causa.
O centro infantil da Cáritas Diocesana do Algarve tem capacidade para 152 crianças e conta cerca de 30 colaboradores. A creche compreende dois berçários e duas salas para idades entre os três meses e os dois anos de idade. O jardim-de-infância compreende salas para os três, quatro e cinco anos.
Esta instituição começou a acolher crianças na década de 1970, tendo depois passado para instalações definitivas.