As operações para recolher os detritos de óleo de palma que na terça-feira começaram a dar à costa nas ilhas-barreira da ria Formosa, foram concluídas, anunciou esta segunda-feira a Câmara de Olhão.
A autarquia algarvia congratulou-se com o fim dos trabalhos para limpar a espuma que tinha sido depositada pelo mar nos areais das ilhas da ria e agradeceu a colaboração de centenas de voluntários nas operações de limpeza realizadas durante o fim de semana, sob supervisão da Autoridade Marítima Nacional e da Marinha e com a colaboração das Câmaras de Olhão e Faro e do Parque Natural da Ria Formosa.
O capitão do porto de Olhão, Nunes Ferreira, disse à Lusa na sexta-feira que estava prevista a participação de cerca três centenas de voluntários nos trabalhos de limpeza no sábado e no domingo, depois de 40 elementos da Autoridade Marítima terem iniciado os trabalhos e terem sentido alguma dificuldade na remoção do material poluente.
O capitão do porto frisou na ocasião que, como ainda se desconhecia que tipo de material era, estavam a ser preparadas medidas de protecção para materiais de risco, mas depois soube-se que se tratava de óleo de palma e que o risco era reduzido e isso facilitava o trabalho voluntário.
“Graças à pronta intervenção das autoridades competentes e de um número significativo de voluntários que deitaram mãos à obra, a maré poluente de uma substância que veio a ser identificada como óleo de palma, que solidificou parcialmente devido às baixas temperaturas, foi retirada e a ameaça ambiental suprimida”, assegurou a autarquia algarvia num comunicado.
A mesma fonte recordou que o alerta tinha sido recebido na terça-feira passada, dando conta da “chegada à costa da ilha da Culatra de uma substância poluente”, e “foram activados pela Capitania do Porto e pelo Comando Local da Polícia Marítima de Olhão todos os procedimentos de actuação e investigação”.
“Paralelamente, iniciou-se também a verificação da existência desta substância nas outras áreas de jurisdição das Capitanias do Departamento Marítimo do Sul, tendo-se concluído que esta substância também se encontrava na ilha Deserta, na área de jurisdição da Capitania de Faro, bem como na ilha da Armona. Simultaneamente, foi recolhida e enviada uma amostra da substância para a Agência Portuguesa do Ambiente, a fim de se analisar e identificar o produto poluente”, acrescentou o município.
A Câmara de Olhão recordou que, “quer os habitantes das ilhas, quer a restante população da região responderam prontamente ao apelo das autoridades no sentido de angariar voluntários que colaborassem nas acções de limpeza”, permitindo que a ilha Deserta ficasse “livre de poluição ainda no sábado”.
O fim dos trabalhos na Deserta “libertou recursos logísticos e humanos para a Armona, onde as operações de limpeza decorreram este domingo” e “ficaram concluídas”.
“Até ao final desta segunda-feira, estima-se que também a Culatra fique completamente livre de poluição. Para dar por concluída esta operação, ficará apenas a faltar que os respectivos municípios procedam à remoção dos sacos contendo o material poluente, o que já aconteceu na ilha da Armona, onde os Serviços da Ambiolhão procederam de imediato à recolha dos sacos este domingo, que ainda hoje serão depositados em aterro”, referiu ainda a autarquia.