Mais dois dias de férias por ano, a possibilidade de usufruir de férias por um longo período de tempo com a família, uma maior facilidade de progressão na carreira e um subsídio de 36 mil euros para um período de três anos, em substituição do anterior de 21 mil euros para cinco anos, são algumas das novidades que podem “trazer uma nova esperança ao estado da saúde na região”, disse ao POSTAL o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, que tem “a certeza” de que os profissionais “vão começar a olhar para o Algarve com outros olhos”.
Segundo João Moura Reis, o Algarve vai ter mais médicos fixados nas zonas mais carenciadas e a percentagem de população sem médico de família especializado em medicina geral e familiar na região – actualmente fixada nos 19% – vai baixar. As perspectivas surgem na sequência da primeira alteração ao decreto-lei de 2015, promulgada pelo Presidente da República, na passada terça-feira, que estabelece as condições da atribuição de incentivos à mobilidade geográfica de médicos para zonas carenciadas, como acontece no Algarve.
João Moura Reis destaca os novos benefícios não pecuniários, que abrangem a família, algo que estava “em falta” no antigo diploma. “A falta deste tipo de incentivos era uma dificuldade na inserção de determinados profissionais, uma vez que os médicos não vêm isolados e não os podemos separar de uma família”, refere.
A nova medida, “urgente para a região”, vai permitir, “num curto espaço de tempo”, que o Algarve – “uma das regiões do país com maior dificuldade em captar o número suficiente de médicos, nos cuidados de saúde primários e hospitalares” – possa “finalmente ter um número satisfatório de profissionais para a população”, afirma o responsável. Apesar de o Algarve carecer ainda de “anestesistas, ortopedistas, internistas, obstetras, pediatras ou ginecologistas”, esta é uma realidade que, mesmo antes de a nova alteração ter sido realizada, tem vindo a estar mais próxima desde o ano passado, quando, segundo João Moura Reis, “já se sentiu um aumento de fixação de profissionais na região”.