O furacão Leslie já passou a norte do arquipélago da Madeira e dirige-se para o continente, onde chegará nas próximas horas.
Segundo informação do National Hurricane Center de Miami, às 15h de Lisboa, o furacão estava já a 500 quilómetros a sudoeste da capital portuguesa.
É a terceira vez que um furacão tão poderoso atinge Portugal — e é o mais forte desde 1842. Os treze distritos que estavam em alerta laranja passaram para alerta vermelho, o mais intenso da escala.
Os efeitos da tempestade, que poderá deixar de ser considerada um furacão à medida que se aproxima, devem fazer-se sentir nas regiões Centro e Sul e no litoral, a partir das 19h de sábado e até às 12h de domingo.
O pico mais crítico da passagem da tempestade irá verificar-se “entre as 0h e as 6h de domingo para o vento, as 1h e as 16h de domingo para a precipitação, as 3h e as 12 de domingo para a agitação marítima”, segundo informação da Proteção Civil e do IPMA.
O centro do furacão Leslie deverá passar hoje a norte da ilha da Madeira, aproximar-se da porção sudoeste da Península Ibérica durante a noite e deslocar-se para o interior da Península Ibérica no domingo.
O comandante Pedro Araújo, da Proteção Civil, explicou à TSF esta manhã que o Leslie vai provocar agitação marítima e precipitação com maior intensidade. Quando o Leslie chegar a Portugal, haverá outra tempestade sobre o território continental.
“Do Norte vem uma superfície frontal fria, que vai originar precipitações e que vai colidir com este furacão que veio do oceano”. Este fenómeno gera “preocupação e incerteza”, devido à “coincidência de no espaço e no tempo se encontrarem dois fenómenos meteorológicos que podem ter um comportamento extremo”, alertou.
A previsão do IPMA é de “vento forte a muito forte”, com rajadas até 120 quilómetros por hora (km/h).
A maior ameaça para a região do Algarve está na zona da Costa Vicentina podendo ainda afectar Monchique com chuva forte e trovoada, segundo as probabilidades reveladas pelo Centro Nacional de Furacões norte-americano (NHC/NOAA).
Face às previsões meteorológicas, a Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) alertou para a possibilidade de cheias, queda de árvores, estragos em estruturas suspensas ou montadas, piso escorregadio e formação de lençóis de água nas estradas.
A ANPC recomenda ainda evitar a circulação junto à orla costeira e em zonas ribeirinhas mais vulneráveis e a prática de pesca desportiva e desportos náuticos.
RECOMENDAÇÕES:
- A Proteção Civil recomenda que evite passeios junto ao mar. A agitação marítima vai manter-se elevada.
- Nos dias de vento e chuva a Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda a utilização de calçado confortável para evitar quedas.
- Tenha em atenção ao piso molhado e escorregadio.
- Vigie crianças e idosos.