Júlio Resende vai receber a distinção de “Personalidade do Ano a Sul 2018”, no dia 27 de Janeiro, às 17 horas, no Teatro Lethes em Faro. A sessão é aberta ao público.
O artista conta já com sete álbuns editados, num percurso singular, que passa pelo Jazz, Fado, e chega recentemente ao pop-rock.
O site Lugar ao Sul distinguiu pelo segundo ano consecutivo uma personalidade marcante do ano. No ano passado, a personalidade distinguida foi o Prof. Dr. João Guerreiro, ex-reitor da Universidade do Algarve.
Este ano a escolha recaiu em Júlio Resende, músico, pianista e compositor Algarvio, que teve um ano de 2018 imparável.
Júlio Resende participou no Festival da Canção como compositor da música que Emmy Curl interpretou e teve a oportunidade de actuar, com Salvador Sobral, para uma audiência de milhões de pessoas em todo o mundo ao lado de um dos seus ídolos, Caetano Veloso, na final do Festival Eurovisão da canção em Lisboa.
O artista tem-se distinguido bastante no panorama nacional, seja a solo, seja em dueto com Salvador Sobra, ou até mesmo através do projecto comum de ambos, a banda Alexander Search. Foram muitos os concertos que o apresentaram definitivamente ao país em 2018. Ainda no ano passado Júlio Resende volta a editar um novo álbum, Cinderella Cyborg. O Jornal Público escreve que este “é um nome em que o pianista pretende reflectir não um choque, mas um encontro entre aquilo que há de mais inocente e poético – na vida e na música –, e o lado mais maquinal e frio associado à tecnologia.”
Em 2007 grava o seu primeiro álbum “Da Alma” através de prestigiada editora de Jazz, Clean Feed, tornando-se o mais jovem músico português a editar um disco para esta editora, enquanto líder.
Segue-se, em 2009, “Assim Falava Jazzatustra”, álbum que viria a ser considerado um dos melhores discos do ano pela crítica especializada.
Em 2011 surge “You Taste Like a Song”, um disco em Trio, com a participação de grandes músicos tendo sido classificado com cinco estrelas pela Revista TimeOut.
Em Outubro de 2013 lança Amália por Júlio Resende. O seu primeiro disco a solo, onde revisita algumas canções do repertório de Amália Rodrigues.
Seguem-se “Fado & Further” e “Amália por Júlio Resende”. Pelo caminho ainda cria “Poesia Homónima” com o psiquiatra Júlio Machado Vaz onde apresentam poemas de Eugénio de Andrade e Gonçalo M. Tavares.
De relevância assinalável é igualmente o cuidado que tem na escolha das vozes que acompanha ao piano, onde se destacam, para além de Salvador Sobral, Elisa Rodrigues e Sílvia Perez Cruz, com quem também já gravou.
Segundo o site de opinião Lugar ao Sul, “Júlio Resende não se esgota na música. Assina uma coluna de opinião na Revista Visão onde aborda temas tão diversos. O também licenciado em Filosofia é pois alguém que reflecte regularmente sobre si e sobre os outros. Quando questionado recentemente pela revista Blitz sobre a forma como a Filosofia o acompanha, afirmou que o “obriga a pensar em conceitos interessantes. E a trabalhá-los bem. E tento trazer essas reflexões para o mundo musical, ainda que a música seja outra coisa, que vem depois da reflexão. A reflexão faz-se para trás, a vida faz-se para a frente, como se costuma dizer em Filosofia. E a música também”.
O Lugar ao Sul afirma ainda,” Em 2018, Júlio Resende conseguiu impor a sua marca num país que ainda vive profundamente centralizado. Além disso entendemos que a sua forma de olhar o mundo vai ao encontro do que temos vindo a defender no Lugar ao Sul: necessitamos de mais e melhor opinião. Sobre essa ideia, Júlio Resende, tem uma frase lapidar: As pessoas que digam coisas! Mas tentem pensá-las antes de dizer, já não seria mau”.
(Stefanie Palma / Henrique Dias Freire)