O projeto Re-food “nasceu em Lisboa em 2011 e, 4 anos depois, trouxemo-lo até Almancil para ajudar a comunidade mais carenciada. O nosso principal objetivo é combater o desperdício alimentar de restaurantes, cafés e supermercados locais, que até aos dias de hoje nos apoiam. E, unimos a comunidade em prol de uma causa humanitária que, principalmente, alimenta almas e corações”.
A redução do desperdício alimentar, resgatando toneladas de comida em perfeitas condições para consumo e distribuindo-as por diversos beneficiários, pessoas e famílias carenciadas é o objetivo deste grande projeto social. Através da Re-food, dezenas de famílias carenciadas podem ter acesso a refeições diárias.
Alexandra Brito, responsável do projeto em Almancil, explicou ao POSTAL que “no início, começamos por recolher pães e bolos que encaminhávamos para outras instituições locais. Durante bastante tempo não tivemos um espaço físico para trabalhar e então partilhávamos uma sala num espaço da associação Doina. Mais tarde, uma das nossas voluntárias concorreu ao orçamento participativo da Câmara Municipal de Loulé e fomos a proposta mais votada da freguesia de Almancil. Através dessa candidatura conseguimos este espaço fantástico, que reúne mais condições e nos permite ter um espaço próprio para trabalhar”.
Falta de voluntários dificulta desenvolvimento do projeto
A 30 de abril o projeto comemorou o 4º aniversário da sua inauguração oficial. Neste lanche, em ambiente de festa, estiveram presentes diversos voluntários, beneficiários e apoiantes do projeto. Mas, nem em dia de festa, a associação interrompeu a sua atividade. Enquanto alguns voluntários ajudavam nos preparativos do lanche, outros tantos preparavam as refeições que iriam ser distribuídas pelos beneficiários.
“A nossa maior dificuldade atualmente são os voluntários, neste momento temos cerca de 30 voluntários. Mas como este não é um voluntariado pontual, requer uma disponibilidade mais estável, é mais difícil encontrar quem tenha disponibilidade para isso. Este projeto é 100% voluntário, todos os produtos que temos são do apoio de parceiros que nos dão produtos que não serão comercializados, mas se encontram em perfeitas condições de consumo. Como temos o estatuto de IPSS podemos passar fatura-donativo e qualquer empresa que queira ser nossa parceira tem essa vantagem”, explica Alexandra Brito ao POSTAL.
Atualmente, segundo dados do mês de março, a sede de Almancil da Re-food ajuda cerca de 20 famílias, tendo distribuído ao longo do mês 533 refeições. O projeto pretende continuar, através da ação dos voluntários que são, cada vez mais necessários, manter um baixo custo de operações e um alto rendimento de resgate alimentar para que, desta forma, os beneficiários continuem a ter acesso a esta comida sem custos.
(Andrea Camilo / Henrique Dias Freire)